Deste amor que dava um blog


                         


Dizer isto será, talvez, não ser muito fidedigna. Podias não estar nos meus planos mas, viverias por certo encerrado no fundo do meu subconsciente. Preso a cada insatisfação. Escondido em cada paixão sem substância. Na escuta silenciosa das minhas dúvidas. Na resposta em surdina do porquê de uma tão grande falta de sensação de plenitude. Tu existias num outro plano, de bases comuns é certo mas, um plano que ainda não era o meu. Não sei precisar quando me apaixonei por ti, ou talvez saiba. Mas sei que naquela noite de Inverno fazia frio, muito frio. Quando saímos para a rua, daquele chá de menta que dura até hoje, ao sentires o meu tremor envolveste-me nos teus imensos braços e caminhámos assim quase em silêncio. Nessa noite fomos invadidos pela sensação de já termos caminhado assim antes noutra vida. Nos dias de hoje, quando caminhamos assim a passo invade-nos, por certo, o mesmo sentir.

in memórias [ notas soltas ] 


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