A escuta






Quando se ganha a capacidade de ouvir o silêncio no meio da multidão tudo passa para um outro patamar. Estamos ali com a normalidade que nos interessa ter ou mostrar, mas, efectivamente, não estamos. A dimensão onde estamos é outra. Aquela onde se escuta o que não é dito. Nem sempre quem temos pela frente percebe que é a escuta que nos mantém ali com o coração, com os cinco sentidos que se conhecem e com os restantes que nem todos sabem existir. É a escuta que nos permite cuidar do outro. Só existe forma de cuidar se nos permitirmos a estes momentos. Nesta dimensão o ego não pode existir, só e tão somente a alma pode estar presente, branca e com laivos de dourado. Só a alma pode dar abraços fechados de cura, de perdão. O ego, esse, nunca saberá mais do que empurrar, fechado sobre si numa teimosia e num orgulho onde só o mundano tem lugar. A alma só se importa com o que faz o outro vibrar, o ego não. Só a alma, nunca o ego. O ego tem de morrer para que alma se expanda. É na alma que o espirito cresce. Quando todos pudermos escutar tudo será possível e aí o mundo será repleto de paz. 

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