De década para década



Uma década que sai. Intensa. Extraordináriamente, intensa. Tive uma gravidez. Um parto. Uma terceira filha que todos os dias me ensina a amar mais e mais. Deixei que me continuassem a castigar o corpo e o espírito até não poder mais. Divorciei-me. Lutei contra preconceitos, especialmente os meus. Ri muito. Chorei muito. Desenvolvi sindroma de pânico e curei-me disso. Fui muito mimada. Aprendi muito. Estudei para saber mais e ainda não parei. Repliquei o que devia e também o que não devia. Entre o certo e o errado fui seguindo a linha do que me fazia feliz. Fui adolescente. Sedimentei amizades que tinha e consegui que ficassem amores para a vida. Conheci pessoas e fiquei com algumas que farão sempre parte intrínseca da minha vida. Criei na minha casa de bonecas o lar para  a familia do amor que só cresce. Encontrei o homem e amor da minha vida e percebi o significado da palavra sublime e da palavra plenitude. Estive doente e tive medo, muito medo. Fiz tratamentos complexos que me tiraram quem sabe o mal, em definitivo. Passei a caminhar com dois pés, assentes, bem assentes. Descobri que a resiliência se divide por patamares e que quando achamos que não aguentamos mais a vida mostra o contrário. E escolhi continuar a VIVER, com tudo o que tenho direito. Entrará uma nova década. Na ambiguidade que me caracteriza quero que seja vibrantemente serena. Com alma e corpo. Continuar a aprender o real e o etéreo. Ensinar. Sempre certa de que a minha intuição é dos dons mais preciosos que tenho e que é para seguir sempre. Certa de que a mulher que construí nos últimos tempos em surdina vai ter um livro novo, totalmente alvo e um bloco com dez anos de apontamentos. Aos que escolhem caminhar comigo vai ser uma viagem e tanto. 


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