O propósito da A L E G R I A



É segunda-feira e eu gosto de segundas-feiras mesmo que gélidas. Cheiram-me a recomeço, ainda que eu goste de recomeçar todos os dias. Gosto de encontrar propósitos escritos por aí em tempos perdidos, tempos  para os quais hoje já vou tendo resposta e o propósito da ALEGRIA parece-me ser um bom ponto de partida para um ano que quero pleno. Para aquele que quero que seja o melhor de todos os anos que tenho memória. 

É normal não levar a sério a alegria.
Costumamos pensar nela como risinhos e gargalhadas, ou como ter sorte e acontecer o que queremos, ou então como o estágio antes da bebedeira: “olha para ele, já está alegre!“. Outras vezes pensamos na alegria como uma infantilidade para a qual a nossa vida responsável e adulta não tem tempo. É uma distracção e uma fantasia. É um disparate para os sonhadores e idiotas.

Mas não, a alegria é bem mais que isto. A alegria é muito mais que uma fantasia, que uma distracção ou que uma bebedeira. A alegria é coisa para mudar a nossa vida e das pessoas à nossa volta. É coisa para transformar o nosso trabalho, as nossas amizades, o nosso mundo.
Porque ela é uma coisa demasiado importante… aqui ficam 10 razões para ser levada a sério:

1. A alegria cultiva-se.
Por vezes achamos que vai chegar um dia em que simplesmente vamos acordar mais alegres. Mas as coisas grandes da vida – como a alegria – só chegam com muito trabalho: é preciso cultivar, cuidar, regar, esperar… Se deixarmos crescer ao acaso, fica uma selva. A alegria é algo interior que se cultiva, e depois dá frutos cá fora, de mil formas diferentes.

2. A alegria sofre-se.
É normal ficarmos abatidos e tristes por causa das dificuldades que temos de suportar, mas as pessoas mais alegres não são as que nunca sofreram. Por vezes são precisamente as que mais sofreram. A alegria mostra-nos que o nosso sofrimento não é o centro do mundo. A alegria pode crescer mesmo no meio das piores dificuldades.

3. A alegria decide-se.
É muito tentador deixar a alegria depender da sorte ou azar. Temos sempre um pouco daquela atracção infantil pela vitimização: porquê a mim? Mas caso a alegria dependesse das circunstâncias, estaríamos condenados a estar tristes ou alegres, consoante tivéssemos sorte ou azar. Mas nada disso: as coisas são o que são, e temos apenas que decidir o que fazer com elas. Neste caso, basta tirar a carinha de amúo e viver com alegria.

4. A alegria partilha-se.
Só conseguimos aumentar a nossa alegria, quando a partilhamos com alguém. Quanto mais se partilha, mais ela cresce. As pessoas alegres não só partilham o que têm, como se alegram verdadeiramente com a alegria dos outros. Fazem da festa dos outros a sua festa, e fazem tudo para tornar os outros mais alegres. A verdadeira alegria multiplica-se ao ser partilhada.

5. A alegria é leve.
Há pessoas que se riem muito e são muito tristes, cheias de uma grande falta de paz. Mas também há pessoas que vivem com um maravilhoso sentido de humor e com genuína alegria. É preciso saber rir, com leveza e com verdade: não só com tanta coisa boa que há no mundo, mas também de nós mesmos. Por vezes levamo-nos demasiado a sério. A alegria traz a leveza que falta à nossa vida.

6. A alegria é memória.
Quem vive agradecido, vive mais alegre. Não são precisas inúmeras razões para vivermos com alegria, basta recordar tantas e tantas coisas boas que a nossa vida tem. Saber recordar com gratidão as coisas boas que se recebeu é um grande empurrão para a alegria.

7. A alegria é pequena.
A alegria não precisa de ser uma coisa grandiosa e espalhafatosa. É uma coisa discreta e serena, que se revela nas coisas insignificantes da vida: nos pequenos gestos, nos risos partilhados, nas conquistas silenciosas… A alegria descobre-se ao saborear as coisas pequenas da vida.

8. A alegria é sexy.
As pessoas verdadeiramente alegres atraem. Cativam pela forma como vivem, e parece que têm alguma coisa escondida dentro delas, como se fosse um tesouro que ninguém pode roubar. Esse tesouro magnético e intrigante é a sua alegria. E isso tem o poder não só de nos encantar, como de nos transformar.

9. A alegria é inesgotável.
Por vezes achamos que a nossa alegria vai-se esgotar, à força das dificuldades e desilusões da vida. Às vezes basta uma semana difícil ou uma notícia triste para sentirmos que já não temos alegria em nós. Como se tivéssemos um poço com água que secou. Contudo, encontrando novas razões para a esperança e para a confiança… a alegria permanece inesgotável, como uma nascente que sempre se renova.

10. A alegria é agora.
Muitas vezes achamos que vamos ser realmente alegres quando acontecer uma certa coisa. Deixamos a alegria ficar dependente do trabalho, do noivado, dos filhos. Mas a alegria é demasiado importante para ficar dependente do que pode vir a acontecer no futuro. A alegria não é para ser adiada nem é para depois. A alegria é para agora mesmo.

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